Home EconomiaPix ganha impulso em locais visitados por brasileiros no exterior

Pix ganha impulso em locais visitados por brasileiros no exterior


Nas férias de julho, a dentista Tuanny Monteiro Noronha, de Brasília, viajou com o marido para o Paraguai e a Argentina. Nos dois países vizinhos, alguma coisa em generalidade com o dia a dia ao qual ela já está habituada no Brasil: o pagamento de contas por meio do Pix, o sistema momentâneo de transações financeiras preposto dos brasileiros.

O protótipo, criado pelo Banco Mediano e implantado em 2020 no Brasil, está se disseminando rapidamente em outros países por meio de soluções oferecidas por empresas privadas, mormente as chamadas fintechs, instituições especializadas em serviços financeiros e tecnologia.

“No Paraguai, em quase todos os lugares aceitavam, nas lojas grandes aceitavam sempre”, conta a odontóloga sobre a experiência vivida em Ciudad del Leste, que faz fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná, e é reconhecida porquê um grande núcleo internacional para compras de produtos eletrônicos.

“Lá eu já sabia que o Pix estava disseminado porque fui com o objetivo de realizar compras, mas a presença é quase totalidade mesmo, mais de 90% das lojas”, relata.

Já em Buenos Aires, capital argentina, Tuanny conta que quase todos os restaurantes por ela visitados também oferecem a possibilidade do pagamento via Pix. “Eram poucos que não tinham essa opção.”


Brasília (DF), 01/08/2025 - Tuanny Noronha preferiu pagar compras e refeições no Pix durante a viagem com o marido, Rodrigo Noronha, por Paraguai e Argentina.
.
Foto: Tuanny Noronha/Arquivo pessoal
Brasília (DF), 01/08/2025 - Tuanny Noronha preferiu pagar compras e refeições no Pix durante a viagem com o marido, Rodrigo Noronha, por Paraguai e Argentina.
.
Foto: Tuanny Noronha/Arquivo pessoal

Tuanny Noronha preferiu remunerar compras e refeições no Pix durante a viagem com o marido, Rodrigo Noronha, ao Paraguai e Argentina – Foto: Tuanny Noronha/Registo pessoal

A rigor, o Pix não permite transferências internacionais diretamente para contas bancárias de outros países, somente entre contas abertas no Brasil.

Mas, ao menos desde 2023, e, principalmente no último ano, o uso do Pix porquê meio de pagamento no exterior está sendo viabilizado a partir de parcerias diretas entre fintechs brasileiras, que oferecem a chave Pix, e empresas credenciadoras, também chamadas de adquirentes, que são aquelas instituições financeiras responsáveis pelas maquininhas de pagamento de cartão de crédito e débito.

“Funciona assim: o lojista pega a maquininha, digita o valor em moeda lugar, em pesos argentinos, por exemplo, se você estiver em um estabelecimento desse país vizinho, e o QR Code do Pix sai na tela. A pessoa escaneia o QR Code do Pix e o valor é maquinalmente convertido para o real de forma instantânea, com o IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] já marchetado”, conta o empresário Alex Hoffmann, CEO e cofundador da PagBrasil, empresa de Porto Contente especializada em processamento de pagamentos digitais.

“E aquele valor que aparece no QR Code da maquinha, já em real, é o valor final da compra pelo cliente. Ou seja, o câmbio é totalmente guardado no ato do pagamento, dissemelhante, por exemplo, do cartão de crédito, onde tu faz uma compra e não sabe qual é o valor da cotação que vai ser convertida porque é a cotação da data do fechamento da fatura”, acrescenta Hoffmann.

Serviço intermediário

Para o Pix funcionar no exterior é necessário que as duas pontas da transação – o usuário recebedor e usuário pagador – tenham contas em instituições participantes do Pix no Brasil e conta em real ou, alternativamente, um estabelecimento do exterior pode receber por meio de um prestador de eFX (facilitadoras de pagamentos internacionais). Nesse caso, o usuário pagador efetua um Pix por meio de sua conta no Brasil para levante agente eFX, que portanto procede com uma remessa internacional para o estabelecimento, de forma instantânea. É justamente esse o serviço ofertado pela PagBrasil e outras empresas que atuam nesse mercado e que têm ajudado a expandir o uso do Pix fora do Brasil.

“Com a notoriedade do Pix e sua ampla adoção pela população brasileira, tem sido cada vez mais generalidade as instituições ofertarem soluções voltadas ao mercado internacional. Já vemos o Pix sendo aceito nessa formatação em diversos locais porquê Chile, Argentina, Estados Unidos, Portugal, França, entre outros”, afirma o Banco Mediano.

“Entretanto, nos modelos que atualmente envolvem o Pix em transações com outros países, o Pix é utilizado tão somente em um estágio da transação [doméstico]”, complementa a assessoria do BC.

A instituição ainda não tem planos de fabricar um Pix internacional, o que demanda adoção de complexos tratados internacionais com diferentes países, mas há estudos para conectar a rede Pix com o sistema Nexus, uma plataforma que está sendo desenvolvida pelo Banco de Compensações Internacionais (o Banco Mediano dos bancos centrais) para viabilizar transferências rápidas de recursos entre países.

Rápido e prático

Usado por muro de 75% da população brasileira, o que dá muro de 160 milhões de pessoas, o Pix é disparado o principal método de transferência de recursos entre contas. Desde o ano pretérito, segundo dados do próprio BC, ele responde por quase metade do totalidade de transações de pagamento realizadas no Brasil, muito primeiro de pagamentos com cartões de crédito ou débito, por exemplo.

“Uma vez que não é seguro hoje em dia circundar com moeda em espécie, o uso do Pix facilita, inclusive no exterior”, observa Tuanny Noronha.

Outra opção recorrente de uso do Pix fora do país acontece por meio de empresas financeiras que oferecem serviços de transferência internacional de moeda e conta multimoeda. Neste caso, o usuário faz um pagamento Pix que gera crédito nessa conta internacional, em que é provável escolher diferentes moedas, utilizando o câmbio internacional, e gastar na forma de cartão do dedo de débito, usando o aplicativo instalado no celular.


Brasília (DF), 01/08/2025 - Em viagem a Paris, a jornalista Verônica Soares usou o Pix para comprar crédito em reais e trocar por euro em plataforma digital

Foto: Verônica Soares/Arquivo pessoal
Brasília (DF), 01/08/2025 - Em viagem a Paris, a jornalista Verônica Soares usou o Pix para comprar crédito em reais e trocar por euro em plataforma digital

Foto: Verônica Soares/Arquivo pessoal

Em viagem a Paris, a jornalista Verônica Soares usou o Pix para comprar crédito em reais e trocar por euro em plataforma do dedo – Foto: Verônica Soares/Registo pessoal

A jornalista Verônica Soares, que também mora no Região Federalista, está de férias em Paris, capital da França, e realizou transações em Pix para a sua própria conta em um desses aplicativos multimoeda.

“O Pix facilitou muito a dinâmica da conversão do real para o euro. Na primeira vez que estive cá, tive que trocar o real por euro numa lar de câmbio no Brasil para trazer para a viagem. Agora, faço um pix da minha conta do meu banco convencional para um aplicativo, e converto instantemente para o euro, sem precisar passar por lar de câmbio. Tudo muito prático e rápido, usando o celular para fazer os pagamentos”, destaca a comunicadora.

Expansão do Pix

Alex Hoffmann, da PagBrasil, conta que a teoria do Pix Internacional surgiu quando ele foi passar um réveillon em Punta del Leste, o balneário mais famoso do Uruguai, há dois anos. “O público lá nessa idade é 80% formado por brasileiros. Fazia muito sentido ter possibilidade do uso do Pix porquê meio de pagamento”. Poucos meses depois, o serviço já estava em operação no país vizinho e hoje está bastante disseminado por lá, segundo o empresário.


Panamá, 25/07/2025 - Loja em aeroporto do Panamá com cartaz que fala sobre aceitar pagamento Via PIX para brasileiros. Foto: Marcelo Brandão/Agência Brasil
Panamá, 25/07/2025 - Loja em aeroporto do Panamá com cartaz que fala sobre aceitar pagamento Via PIX para brasileiros. Foto: Marcelo Brandão/Agência Brasil

Loja em aeroporto do Panamá aceita pagamentos via Pix – Foto: Marcelo Brandão/Filial Brasil

Na capital argentina e no Paraguai, em locais porquê lojas de departamento, restaurantes, feiras, bares e diversos pontos com superior fluxo de turistas brasileiros, também é evidente encontrar a opção de pagamento no Pix, conta Hoffmann. Mas o protótipo já se expandiu para países porquê Espanha, Portugal, França, Chile, Panamá e, mais recentemente, os Estados Unidos (EUA).

Na maior economia do planeta, a PagBrasil e a Verifone anunciaram há poucas semanas um negócio para oferecer a modalidade de pagamento via Pix com conversão em tempo real de dólar para o real.

“A Verifone é a maior adquirente dos Estados Unidos. Ela tem 75% dos lojistas dos grandes lojistas americanos, processa US$ 8 trilhões por ano.”

O objetivo é aproveitar a gigantesca presença de visitantes brasileiros nos Estados Unidos todos os anos. Só no ano pretérito, o número de turistas do Brasil que viajaram aos EUA chegou a 1,9 milhão, segundo dados do Escritório Vernáculo de Viagens e Turismo do país norte-americano. Esse número deve ultrapassar 2 milhões de visitantes levante ano, com gastos superando a marca de US$ 4,9 bilhões.

A expectativa é que, nos locais mais procuradores pelos brasileiros nos EUA, porquê Flórida e Novidade York, a opção de pagamento via Pix deverá estar cada mais disseminada, sobretudo em grandes lojas e parques temáticos.

Sistema “imparável”

Recentemente, o presidente norte-americano, Donald Trump, determinou a franqueza de investigação contra o Brasil por supostas práticas desleais, incluindo porquê níveo justamente o protótipo de transações do Pix. A medida, no entanto, dificilmente deve parar o progressão dessa tecnologia, avalia Alex Hoffmann.

“Eu não consigo ter uma globo de cristal, mas eu acredito e espero que não haja interferências nisso, porque a gente está falando de ingresso de divisas nos EUA. Logo, se o governo norte-americano for pragmático, ele vai ver que nós estamos incentivando o turismo de brasileiros viajando pros Estados Unidos e gastando lá com Pix”, argumenta.

“E não tem porquê parar a história. O Pix é imparável pela qualidade dele. É o sistema de transferências e de pagamento mais versátil do mundo. O Pix tem essa categoria de transferência, mas ele também é QR Code no ponto de venda, é Pix automático agora, para pagamento com recorrência. Dá para remunerar por aproximação e, em breve, vai ter o Pix guardado que vai permitir parcelamento, porquê acontece com cartões de crédito. Não tem nenhum sistema de transações no mundo mais abrangente e melhor que levante”, completa Hoffmann.



Fonte: EBC

You may also like

Leave a Comment