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Haddad: 20 milhões de brasileiros não deveriam estar pagando IR


O ministro da Rancho, Fernando Haddad, criticou neste sábado (23) os governos anteriores por não corrigirem a tábua do Imposto de Renda, fazendo com que mais de 20 milhões de brasileiros de menor renda passassem a remunerar o tributo sobre os salários.

“A não correção do Imposto de Renda promoveu um enorme aumento de impostos das camadas economicamente mais frágeis. Ou seja, os sete anos de não correção da tábua do Imposto de Renda incluiu, no pagamento deste tributo, alguma coisa em torno de 20 milhões de brasileiros que não deveriam estar pagando Imposto de Renda e passaram a remunerar nos governos Temer e Bolsonaro”, afirmou Haddad.

A enunciação foi dada durante participação do ministro em um debate sobre lance política promovido pelo Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília, evento que também contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, de parlamentares petistas e integrantes da legenda.

A tabela de IR ficou congelada entre 2015 e 2022, desde o termo do governo de Dilma Rousseff (que sofreu impeachment em 2016), passando pelas gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro, acumulando defasagem de mais de 36% no período, segundo cálculos do Sindicato Vernáculo dos Auditores-Fiscais da Receita Federalista do Brasil (Sindifisco Vernáculo). Ao longo de todo esse período, somente trabalhadores que ganhavam até R$ 1.903 estavam isentos.

Em 2024, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou a filete de isenção para R$ 2.824 e, em maio deste ano, essa filete de isenção passou a beneficiar quem ganha até R$ 3.036 . Agora, a expectativa é pela aprovação da isenção para quem ganha até R$ 5 milénio, uma promessa de campanha de Lula e avançou essa semana no Congresso Vernáculo.

“Serão 25 milhões de brasileiros beneficiados com a correção da tábua do Imposto de Renda. E uma proposta neutra do ponto de vista fiscal, porque passa a cobrar, de 141 milénio brasileiros, um imposto que hoje eles não pagam. São brasileiros que têm renda de mais de R$ 1 milhão por ano. Estamos fazendo alguma justiça tributária, cobrando de quem não paga, do vértice da pirâmide, 142 milénio brasileiros é 0,01% da população economicamente ativa, para proporcionar 25 milhões de brasileiros”, destacou Haddad.

Para Haddad, a medida vai isentar a maioria dos trabalhadores com carteira assinada (CLT), com impacto no fortalecimento da renda e incitamento do mercado interno de consumo, beneficiando diretamente a economia.

A Câmara dos Deputados aprovou na última quinta-feira (21), por unanimidade, o requerimento de urgência do projeto de lei (PL) que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 milénio. A material prevê também redução parcial do imposto para quem recebe entre R$ 5 milénio e R$ 7.350. De autoria do governo federalista, o PL 1.087 de 2025 é relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL). Para recompensar a perda de arrecadação com a isenção do IR, o texto já autenticado em percentagem próprio da Câmara prevê uma alíquota extra progressiva de até 10% para quem ganha supra de R$ 600 milénio por ano, ou R$ 50 milénio por mês.

Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima que a mudança pode ampliar de 10 milhões para 20 milhões o totalidade de trabalhadores isentos do IR. Já a redução parcial do imposto para quem ganha até R$ 7,3 milénio deve saber 16 milhões de pessoas. Atualmente, é isento do IR quem ganha até dois salários mínimos (R$ 3.036 por mês).

Crédito habitacional

Durante sua participação no evento do PT, Fernando Haddad também anunciou que o governo prepara um pacote de medidas para impulsionar o entrada a crédito para a compra de imóveis no país, com foco em trabalhadores de baixa renda e classe média. A teoria do governo é flexibilizar os recursos depositados na poupança para a oferta de financiamentos mais baratos.

“Estamos ultimando as tratativas com o Banco Medial, Rancho e Planejamento, para que que o nosso Juízo Monetário Vernáculo possa entregar ao presidente Lula mais uma conquista importante de turbinar o crédito imobiliário, com todas as cautelas devidas, mas fazendo manadeira barata de crédito, que é a poupança, chegar ao trabalhador de baixa renda e classe média”, destacou o ministro.



Fonte: EBC

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