As vendas para o Dia das Crianças, no próximo dia 12, devem movimentar R$ 9,96 bilhões no transacção, o que representa subida de 1,1% em relação ao ano pretérito, quando as compras somaram R$ 9,85 bilhões. Caso a expectativa se confirme, será a melhor data dos últimos 12 anos.
A projeção divulgada nesta quarta-feira (1º) é da Confederação Vernáculo do Negócio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Os quase R$ 10 bilhões esperados só ficam detrás de 2014 (R$ 10,5 bilhões). Os valores são reais, isto é, já incluem a inflação do período.
O Dia das Crianças é a terceira data mais importante para o transacção, ficando somente detrás do Natal (R$ 72,8 bilhões em 2024) e do Dia das Mães (R$ 14,5 bilhões em 2025).
De negócio com a CNC, a maior fatia das vendas irá para o setor de vestuário e calçados, representando 27% do montante. Veja inferior a expectativa para cada segmento:
- Vestuário, calçados e acessórios: R$ 2,71 bilhões
- Eletroeletrônicos e brinquedos: R$ 2,66 bilhões
- Farmácias, perfumarias e cosméticos: R$ 2,15 bilhões
- Móveis e Eletrodomésticos: R$ 1,29 bilhão
- Hiper e supermercados: R$ 690 milhões
- Outros segmentos: R$ 45 milhões
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Freio dos juros
De negócio com o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, apesar de as vendas esperadas serem as maiores em mais de dez anos, o aumento de 1,1% na passagem de 2024 para 2025 poderia ser maior, se não fosse o cenário atual de juros altos e inflação.
“A inflação ainda não está onde a gente quer, e os juros, justamente por conta disso, estão também em um patamar que ninguém deseja, um patamar muito proeminente. Logo, a combinação desses dois fatores explica por que as vendas não vão estugar nascente ano, mesmo com o mercado de trabalho tão bom”, avalia.
Bentes explica que o renda proeminente faz o crédito permanecer mais custoso e força o consumidor a fazer escolhas: “Vai parcelar o brinquedo, vai remunerar o cartão de crédito? Se os juros estiverem lá em cima, o sujeito tem que colocar o pé no freio naquilo que não é considerado forçoso para ele, e isso acaba prejudicando o transacção. O prejuízo acaba sendo maior para o tratante que vende produtos financiados”, aponta.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Meão argumenta que mantém a taxa básica de juros, a taxa Selic, em 15% ao ano, para moderar a inflação. A variação de preços somou 5,13% nos 12 meses encerrados em agosto, o que supera o teto da meta, de 4,5%.
Crédito custoso e inadimplência
A CNC frisa que o renda cume culpa um processo de encarecimento do crédito, o que deixou a taxa média para o consumidor em 57,65% ao ano no último mês de julho, o maior patamar para esse mês desde o ano de 2017, de negócio com dados do Banco Meão.
A confederação acrescenta que o patamar dos juros também impacta no nível de inadimplência. O percentual de famílias com contas em delongado atingiu 30,4%, o maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em 2010.
Para além do Dia das Crianças, a CNC lembra que o transacção no país apresenta quatro meses seguidos de recuo nas vendas, de negócio com o Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística (IBGE).
Inflação das crianças
O levantamento da CNC estima que a inflação dos produtos típicos das vendas de Dia das Crianças foi superior ao Índice Vernáculo de Preços ao Consumidor Largo (IPCA), com subida de 8,5%, em média, em relação à data em 2024.
Dos 11 itens assinalados, quatro têm inflação esperada no campo de dois dígitos:
- Chocolates: 24,7%
- Doces: 13,9%
- Lanche: 10,9%
- Cinema, teatro e concertos: 10,3%
Fábio Bentes explica que essa inflação já está consolidada, ou seja, foi formada ao longo dos últimos 11 meses. Sobre o chocolate, ele aponta que o aumento no preço é relacionado a questões internacionais.
“O chocolate tem na produção uma commodity [matérias-primas negociadas com cotações internacionais], o cacau. Sempre que a gente tem qualquer choque no preço de uma commodity dessas, a gente acaba tendo uma repercussão no preço no mercado interno”, aponta. “Existem dezenas, talvez centenas ou milhares de marcas desse resultado, vale a boa e velha pesquisa de preço”, sugere Bentes.
Já itens considerados carros-chefe das vendas, porquê brinquedos (4,1%) e roupas infantis (3,3%), terão inflação menor que o índice universal, segundo estimativa da CNC.