Emocionante, imprevisível, de tirar o fôlego e no embalo da craque Marta e da goleira Lorena. Nem mesmo o melhor roteirista do mundo poderia prever uma final de Despensa América Feminina tão perfeita para o Brasil. O placar final ficou em 4 a 4. E, nos pênaltis, as brasileiras confirmaram a conquista do título por 5 a 4. A conquista no Estádio Vivenda Blanca, em Quito (Equador), confirmou a preponderância virente e amarela no continente. São nove títulos em 10 edições do torneio. Além do Brasil, somente a Argentina já foi campeã.
A primeira desportista a oscilar as redes na tarde de Quito foi Linda Caicedo. Aos 24 minutos da lanço inicial, a estrela do Real Madrid, de somente 20 anos, aproveitou a desatenção da zaga brasileira para concluir com talento a jogada que passou por Izquierdo e Mayra Ramírez.
O jogo estava muito difícil para o Brasil. O técnico Arthur Elias fez três substituições, ainda na primeira lanço. E, praticamente no último lance da lanço inicial, Carabalí acertou uma cabeçada em Gio Garbelini. Com auxílio do VAR, Dione Rissios confirmou a penalidade para o Brasil. E a capitã Angelina deixou tudo igual aos 53 minutos.
Na lanço final, quando o Brasil era melhor, a zagueira Tarciane recuou inexacto uma esfera para a goleira Lorena e acabou marcando contra. Placar: Colômbia 2 x 1 aos 23 minutos da lanço final.
Aos 34 minutos, a artilheira Amanda Gutierres mostrou o faro da goleadora. A atacante do Palmeiras ajeitou no peito o interceptação de Gio e soltou a petardo de esquerda para igualar o placar: 2 a 2. Gutierres finalizou a Despensa América dividindo a artilharia universal do torneio com a paraguaia Claudia Martínez (seis gols para cada uma das atletas).
Seguindo o ritmo frenético, aos 42 minutos, Mayra Ramírez finalizou com muita categoria o óptimo contra-ataque puxado por Linda Caicedo.
Já nos acréscimos, aos 50 minutos (praticamente no último lance do tempo normal), entrou em cena a rainha Marta. A maior jogadora da modalidade de todos os tempos pegou o rebote, soltou uma petardo de perna esquerda e deixou tudo igual mais uma vez. Golaço de craque e placar em 3 a 3.
Prorrogação
Na prorrogação, ela de novo. Aos 14 minutos do primeiro tempo, Marta recebe interceptação na extensão e finaliza com o pé recta para colocar o Brasil na frente. Só que a decisão ainda estava longe de rematar. Aos 9 minutos da lanço final da prorrogação, um golaço de falta da Colômbia. Leicy Santos, a camisa 10, mandou um lindo chuto no ângulo. Com um incrível placar de 4 a 4, ficou tudo para os pênaltis.
Pênaltis
Nas cobranças, Angelina perdeu o primeiro para o Brasil. Mas Paví bateu muito superior e recolocou o Brasil no jogo. A zagueira Mariza fez. E Leicy Santos bateu para resguardo da goleira Lorena, que já havia defendido duas penalidades na campanha brasileira durante os Jogos Olímpicos no ano pretérito. Era a primeira chance de título da Seleção Brasileira. E, quis o direcção que fosse a vez da craque Marta cobrar. Ela, que estava fazendo a última partida em uma Despensa América e buscava aquele que seria o tetracampeonato da curso e o nono título da Seleção, acabou batendo rastejante e facilitando para a resguardo da goleira Kathe Tapia. A grande estrela acabou perdendo a primeira chance de finalizar a competição e dar o título ao Brasil.
Na sequência, chegaram as cobranças alternadas. E aí voltou ao palco uma das personagens dessa final. A zagueira colombiana Carabalí, que havia cometido o pênalti no primeiro gol do Brasil, foi para a cobrança. E a goleira Lorena escreveu mais um capítulo dessa incrível final. A ex-jogadora do Grêmio e medalhista de prata e melhor goleira dos Jogos Olímpicos de Paris em 2024 defendeu o chuto e confirmou a conquista. Brasil vencedor da Despensa América. O nono título da equipe pátrio em 10 edições do torneio continental.